Noite clara...

A lua andou tão mansa... Foi surgindo tão igual...

Mas, falou baixinho... Bem baixinho que o infinito é quase mel.

Luz de prata... Os meus fios de prata... Bordar as tramas dos nossos dias... Iguais?... Que fossem mito... Que fossem ditos... Irreais.

Como as ruas, entre folhas... Entremeios... Variações.

Que o céu dite o teu futuro... As estrelas são o movimento das explosões....

E eu?... Gosto de ti...

Do produzir... Das páginas que apenas tu lês... Dos livros amassados nos cantinhos... As linhas dobradas nas orelhas... Nos cantinhos da tua boca...

Ah!... Um dia, fomos à montanha... Subimos aos ares...

As minhas vestes em véus... Apenas um olhar de águia, entre milhares.

Como as ruas, entrelinhas... Entremeios... Vibrações.

Luz de prata... Vento nas calçadas... Memórias de felicidade...

E eu? Gosto de mim...

Do proteger... Das páginas amarrotadas que leio... Dos lençóis amarrados entre os dedos... Do sorriso... No cantinho da minha boca...

Ah! Uma noite, mais uma... Voei...

A vida vestida de azul... Apenas a minha mina d'água... És.

21:50