Atitude
Já se passaram tantas eras,
E eu aqui, tentando evoluir...
Como uma flor rara de primavera,
Tentando me fazer sentir...
Exalando ao vento meu perfume,
Esparramando-me... Para que sua pele possa me absorver,
E como uma música no mais alto volume,
Nesse instante, você há de me perceber...
Você há de entender a minha alma desprendida da matéria,
No meu toque que por mil vezes já fora delicado...
E meu coração pulsando mil artérias,
Falando de amor, antes mesmo de pensar em pecado...
Pecado, hora sugerido pelo corpo que exclama,
Num jogo, ao qual somos peças do tempo...
Num drama que incinera na primeira chama,
Alimentado com a força do vento...
Pois o vento tudo sabe e esparrama,
São verdades e mentiras, folhas e poeiras...
Mas diante aos olhos de quem unicamente ama,
Todas as sentenças parecem verdadeiras...
E é assim que eu te amo, e me pergunto,
Qual é o valor de minhas lágrimas, quando me faz chorar?
Ao lhe perceber fugindo do assunto,
Quando o assunto é unicamente... Amar...
Talvez já tenha me esquecido,
E eu desprendido do corpo, tenha que aceitar...
E ficar calado, num gesto remido,
Esperando desta forma o tempo passar...
Pois já se passaram tanto tempo,
E eu aqui, tentando evoluir...
Lutando com quimeras ao vento,
Numa atitude, de quem não quer deixar de existir...