Jardim do Amor
Duas flores discutiam no jardim,
Ambas desejavam habitar meu coração...
Apenas uma poderia viver em mim,
A outra morreria de ilusão.
As flores lutavam solemente,
Seus galhos eram despidos de espinhos...
Cada qual que exalasse um perfume diferente,
Sabiam que eu estava carente e sozinho!
Meu ego bebia alucinado
O néctar estonteante das flores,
Aroma que era freneticamente consumado
Em idílios apaixonantes dos grandes amores!
Minha sensibilidade observava aguçada
Uma luta que parecia não ter mais fim...
A essa altura todas as flores já estavam enamoradas,
Todas ardentemente desejosas por um pedacinho de mim!
Foi emocionante perceber aquele embate sem igual,
Um jardim inteiro exibindo seus odores
Na atmosfera poética do ambiente natural
Para conquistar um coração vazio e aflito de temores...
De tanto lutarem para me conquistar,
As flores murcharam e caíam de seus galhos de mansinho...
Mesmo com o sabor inebriante deixado no ar,
Meu coração permanecia infinitamente sozinho!