Jardim do Amor

Duas flores discutiam no jardim,

Ambas desejavam habitar meu coração...

Apenas uma poderia viver em mim,

A outra morreria de ilusão.

As flores lutavam solemente,

Seus galhos eram despidos de espinhos...

Cada qual que exalasse um perfume diferente,

Sabiam que eu estava carente e sozinho!

Meu ego bebia alucinado

O néctar estonteante das flores,

Aroma que era freneticamente consumado

Em idílios apaixonantes dos grandes amores!

Minha sensibilidade observava aguçada

Uma luta que parecia não ter mais fim...

A essa altura todas as flores já estavam enamoradas,

Todas ardentemente desejosas por um pedacinho de mim!

Foi emocionante perceber aquele embate sem igual,

Um jardim inteiro exibindo seus odores

Na atmosfera poética do ambiente natural

Para conquistar um coração vazio e aflito de temores...

De tanto lutarem para me conquistar,

As flores murcharam e caíam de seus galhos de mansinho...

Mesmo com o sabor inebriante deixado no ar,

Meu coração permanecia infinitamente sozinho!

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 23/11/2009
Código do texto: T1938773
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