PAIXÃO CONSOLADA

DESOLADO AMOR

Nas límpidas matas

um profano perdão,

Amor de bailarina

em teus gritos

a tempestade pede passagem.

Vai gemidos.

O eco das almas molhadas

do orvalho em bêbadas palavras

a luz do penhor.

Na flor da pele

um labirinto de paixões,

faz a colheita da madrugada

sementes

de amor em movimento

Ter você,

Você, como vicia!

Cio na pele,

Gotas no limbo.

Na carnificina

o canal do panamá,

Sonhos de viver

Idiotologia de homens

Ou psicopoetria

Em companhia de flores?

Medo de viver

Uma balada na praia deserta

Ri o Cantangaço seu

demônio noturno.

As mulheres da madrugada

á sol a pino,

e o cio da morte

grita palavras azuis

aos parias perdidos.

O desespero das gaivotas

Ao verem monges e carrascos,

Simplesmente a sorriem para as borboletas

Da Irlanda ao se por a voar,

Blecaute junto a alma

Na floresta os campos de trigo

Formam esculturas de carne,

É a cor em decadência.

Os anjos do asfalto

Pedem flores e velas,

Um fogo sagrado

Ilumina os tambores de Manhattan.

Vêem mais uma

Manhã em chamas.

A alma peregrina

Beija a borboleta sem asas

Em fuga pela solidão.

Em teus jardins

alma e carne sangram,

amar apenas amar

é tão forte!

A paz na alma na hora H,

fé e coragem

em seu véu um refugio

anda pelo mundo afora

faz dançar a valsa poética.

Uma flor no abismo

á espera da lagrima contida

do silencioso amor.

Geme a garça

na vertente do lago

livre para voar.

Falar de amor

É como cantar

um castelo ao vento

em cada gole

a utopia de respirar.

A tarja preta no caminho

sob a escada de Jacó.

a fúria das palavras

aos corações quebrantados

do pó da fé.

Semente da purificação

forja dos delírios,

a neve sem rumo

á parir um ser alado.

No jardim do desejo o prisioneiro

clama na solidão uma porta aberta

para o vôo do albatroz.

De artimanhas aos dilemas

despejo nas tavernas de Avalon

as macelas do mundo.

Magia profunda

nos atalhos de um

profundo corte medular.

alácios dos calangos

escalada de vícios sinistros

que se ligam a mera estrada de vento

Em meio ao prumo

um cheiro de rosas

pinta os sonhos

mundo afora que

mudo cavalga o corpo

de aço inox

com cheiro de florada.

Na harpa do amor

corpos ardentes

amam-se em notas

junto ao sol.

Uma linha de cerol

Um banco de praça

Eis ai as gerações dos delírios.

Quero lambuzar

a boca

em sua manga labial.

Nas estrelas as almas

gemem de dor,

vertem ao mar

como destino de poeta.

No alvo o vulto contempla

corpos em chama

á pedirem passagem para o inferno.

No banco da praça

um vento lateral grita

em versos que trafegam

Socorro...

Um menino oferece flores

em troca de algum pão.

Da gritos de dores

No apagar do sol.

Beija o frio da terra

em busca de abrigo,

como profeta andaluz

é mais um filho do infinito.

A dor do poeta

É como ararinha azul,

Faz perguntas sem destinos

Tendo a arte de ser.

Nos gritos do silencio

vem ao inverso

Em altos e baixos.

Como mística mulher

uma rosa na mão

Sem a força de dizer

dádivas da alma.

Olhos melindrosos,

pétalas.

Coragem para viver,

Sangue.

Nos bosques e labirintos um

conflito.

Asas da liberdade,

aflitos.

Lábios matutinos,

gemidos.

Amor ao inverso,

gritos

Corpo, aonde andas

corpo.