SONHO do VIAJANTE

A única lápide de um poeta

é o esquecimento

como é a ruína o descanso

da estátua,

o resto é bregáutica

A cólera um galo

cujo silêncio é luar,

as cordas do violão desafinem!

urubus voam em círculos

definindo o mendigo

A bruxa acende nas pedras o réquiem do sol

está na cara que o herói

barganha o feito pela medalha

aonde houver festa o duende esculpe no ouro o pecado

levando a credibilidade pela mão de criança solitária

Na floresta mortuária

a mulher apresenta a nudez

no combate das monstruosidades

e dá vida ao sonho do viajante

arrastando a corcunda do escravo