Navegar

Dispensemos bússola e sextante,

naveguemos o instante,

alcancemos o porto distante

e joguemos aos mares

as dores dos outros lugares.

Que em nova Terra

plantemos a Nova Era,

onde o sisudo quadrado

seja trocado pelo Infinito revelado,

no circulo desejado.

Exploremos as novas possibilidades,

descubramos as outras realidades.

Devolvamos as estrelas ao céu das Cidades,

acumulemos novas idades,

esqueçamos as sentidas maldades,

vejamos a luz da nova claridade

e saciemos nossos Desejos e Vontades.

Descartemos as superficialidades,

amparemos as modernas civilidades,

construamos abertos abrigos

e instauremos a República dos Amigos.

Choremos juntos as dores inevitáveis.

E juntos superemos as barreiras instáveis.

Queimemos os antigos navios,

abandonemos os toscos desvarios

e bebamos das Fontes e dos Rios

essa água cristalina,

essa paixão genuína.

E assim, quase tudo dito,

celebremos esse doce rito.

E que nada me impeça

o exercício dessa promessa:

amar-te em todo Tempo, em todo Espaço,

porque é teu o poema que faço,

porque és a loura Valquiria escolhida.

a flor recém colhida,

a minha mulher.

A minha vida.

Para Lilian