DESFLORADA ROSA (Bonecas que Não Crescem)

DESFLORADA ROSA

"....Bonecas que não crescem...."

A inocência dos brasis

Terras áridas, sertão

Ser tão criança sonhada

Em todas as Europas e Américas

Há o bicho em pelo

A sagacidade, a maldade

Valentia frouxa

O bem querer querendo

O desejo tresloucado

Rapa o tacho

Da infancia doce

Preliba o alheio

Em gozos saciados

Cuspida eterna

Na carne que é tua

O sangue que não é teu

No canto, no asfalto, no cereal

Teias às tapas

Enceta peles macias

Macula honra, insulta

Estupra a vida cristalina

fica o sabor do pó

Nos corpos andantes

Desfloradas rosas

Aranhas inválidas

Uma indignação em elos perdidos

Bonecas que não crescem

Infantes, um exército de vítimas

Ao longo das íntimas existências

A insanidade cruel exalta

Presas apanhadas em ardencias

Cegos caminhos nas vielas

Nos trilhos pardos

A presença da Verdade velada

Em corações arranhados

Uma postergada

Justiça

Cíntia Thomé

.

Cíntia Thomé
Enviado por Cíntia Thomé em 21/11/2009
Código do texto: T1935441
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.