Sublimação do amor
A entrega no choque das palavras;
Confronto, encontro, desencontros,
Pelos murmúrios silenciosos,
De trás dos muros buliçosos,
Poéticas dos prosaicos contos de amor,
E nas contas que enfeitam a fantasia,
Rolam cores mirabolantes,
Vestindo pudores contrastantes
Nos bastidores da folia.
A doce espera da explosão
Ressurge inteiro o orgasmo,
O gozo totalitário da inspiração,
A poesia se faz aberta,
Desliza delicadamente no papel,
Parece, parece que sai das pontas dos dedos,
Fazendo vertiginoso mergulho
Nas águas claras da pauta.
A fonte do jorro inebriante
Alça vôo pleno, plaina e plana,
Descompassa sem perdas e danos
Embaralham-se em vocábulos.
Nasce mais um poema,
A página se vira,
Há outro lado virgem,
A virtude que se dá ao amor
E pelo amor seja feito.