Alvorecer

Quando ergue - se sol, por entre a névoa

Que a noite regalou às telhas rubras

A flor que cultivei se abre. Enlevo - a

Com um sorriso e te peço que descubras

Quem das graças do céu violou os ferrolhos

E te pôs a cor do Sol dentro dos olhos?

Quando, entre neblina, vêm os sóis

Cravando diademas neste monte

Sem a embriaguez dos alcoóis

Peço - te a graça desmedida que me conte

Quem das graças do céu perdeu a chave

E fez da tua boca a mais suave?

Quando, ao som dos sinos da manhã,

Vejo - te pondo a rir de tua ressaca

Que te impele, irrestível como um ímã,

A deitar - se na tua cama, que aplaca

Como forte veneno, o mais profundo,

A tua vontade de perder - se pelo mundo

Paira eterno o som do céu no teu ouvido...

Ao meu, só os teus sons me são bem - vindos

E ao negro do meu olho comabalido

Só me resta o azul dos teus, olhos mais lindos

(Que a Graça pôs num rosto de humano)

Que as luzes de natal, no fim - do - ano

E mesmo agora, passado tanto tempo,

Eu desejo a ti com a mesma força

Aliás, maior ainda que me lembro

Forte... Mas mais frágil que a louça

Que gahamos de presente dos teus pais

Ah! Alvorecer que não vem mais!

Gabriel Castela
Enviado por Gabriel Castela em 19/11/2009
Código do texto: T1932964
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