Renovação

Já não sei mais das vozes que ouço,

nem a forma que ganham no corpo acústico onde me vejo,

um sopro, respiro sem lamento no toque do tempo,

levando as horas, são apenas lembranças que tenho.

Foge-me aos olhos o despontar do novo,

esperança vestindo luto em um corpo pequeno,

nada é o tudo que penso,

ação sem reflexo nos espelhos que à noite me traz

fingindo ser lua, é apenas criação nas mãos de um destino voraz.

Deito-me nos rios que correm renovando as forças que trago,

é sempre o novo nas águas que não param seu movimento,

visto-me das luzes desse sol que se põe no peito feito de fé,

tocando o semblante sofrido no que sabe do dia que virá depois

da nova noite que começa despontando o céu no manto que começa cair.

26/04/2006

Aisha
Enviado por Aisha em 13/07/2006
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