Saco cheio
Estou de saco cheio de covardes,
medíocres,
homens sem valores, sem ideais,
gente que mente, cara de pau,
saco cheio de fazer de conta
que o medo de todo mundo é coisa natural.
Estou de saco cheio,
do conformismo barato apodrecendo tantas vidas,
das mentiras e trapaças escorrendo entre dentes
do sabor estragado que tem a apatia,
das idas e vindas de lugar nenhum,
dos escrotos que aparecem em forma de gente.
Estou de saco cheio,
dos sapos, não engulo mais,
do ridículo da hipocrisia,
da soberba investida,
da total anomalia que assola a sociedade,
da covardia que rege as almas sem paz.
Estou de saco cheio, por isso grito, dou meu basta,
exploda o mundo onde a verdade é açoitada
e lá no fim, onde a curva leva a estrada,
detono em glória sutil minha granada, final de cena!
Bato a porta às minhas costas
e sigo o curso do sol que a vida traçou.
23/06/2006