Lucidez...
Hoje, dou como certa a minha insensatez...
Doidamente lúcido, depois da embriaguez...
Dos sentimentos seus, ao se imporem de vez!
Percebo agora o tamanho da minha pequenez...
Perder-me no caminho, revelando toda estupidez...
Abandonando-te frágil e sem a menor lucidez!
Não havia fluidez, havia falta, havia muitos “talvez”...
Havia indiferença, falta de carinho e pouca calidez...
Mas existia desejo, ardor silencioso, quase uma mudez!
Tinha eu e você, juntos, sempre em nossa total nudez...
Que se entregava, ardia e revelava nossa rara timidez...
Minha tez, com tua tez, com ritmo e com desfaçatez!
Mas tudo se calou, perdeu-se a razão e a nitidez...
Um sentir que se fez, baseado em notória solidez...
O delírio, a fantasia, a ilusão... finda em total escassez!