Morte em vida
Queria que a bebida imortal recolhesse-se de minhas veias
Que desaparecesse toda frigidade desse corpo
E os inferiores sentimentos humanos fossem esquecidos.
Que os meus sentidos estendemssem-se além das leis dessa dimensão
E os sentidos do mundo não mais importassem.
Uma nova vida, assim, surgiria
E os velhos pensamentos da velha vida
Esquecidos cairiam
Nenhuma lágrima a mais derramaria.
O preço seria alto por demais
Os séculos sem fim perdurariam infinitos
A rigidez e secura de um diamante intrinsecos na alma
E alguns instintos talvez impossíveis.
Mas ainda assim tudo estaria justificado
A realidade estaria aberta
Os sonhos, mortos para sempre
A eternidade seria o único tempo
O tempo para viver à tua procura.
E esse seria um adorável destino.