HISTÓRIA DE AMOR
No Porto Solidão os amantes se olhavam sem mais poder compreender.
Em uma antiga varanda com a lua confidente da doce Itália.
Ele olhava a moça nos olhos, um paraíso que o absorvia e calava.
Ela retribuía com um doce sorriso memorizando a eternidade daquele instante.
E se lembravam daquelas noites em que o amor os transformou em um só coração!
E de todas as juras de felicidade, um amor que derretia o sangue nas veias.
Mas o som das trombetas de Marte separava aquele amálgama perfeito.
Quando ele foi convocado a se alistar nas tropas do exército para a guerra.
E ele dizia: Amo tanto você, morreria por você a cada instante.
Um abraço caloroso da amada retribuía o mesmo amor com tantas lágrimas.
Eros e Vênus suspiravam diante daquele quadro do verdadeiro amor!
E choravam por saber que o adeus guiava cada passo do soldado triste...
Sem olhar para trás ele seguiu seu caminho engolindo seco, enxugando o choro.
Ela de longe acenava com um lenço branco que continha tantos segredos...
E sabiam que aquele momento poderia ser o último a envolver suas vidas.
Ela com as mãos na barriga tentava mostrar ao futuro filho quão corajoso era seu pai.
Aquele filho seria o fruto da felicidade tantas vezes esquecida!
Antes de nascer já era amado, mas não conheceria seu pai.
Apenas as memórias de sua mãe traziam seu pai para perto dele.
E guardava os relatos em seu coração com muito orgulho e amor.
Naquele dia a tempestade impedia qualquer tipo de ação militar.
Mas um dos soldados se perdeu e o jovem corajoso se prontificou para procurar.
De repente sentiu um disparo e o sangue correr de seu peito viril.
E só lembrou de sua amada e do filho querido, quando o escuro abateu seus olhos no mês de abril...