Alea jacta est (Do amor que se quer, e do amor que se pode ter)

Qual seria a diferença entre o gostar e o amar, se a maioria de nós confunde, invariavelmente, o amar com o gostar?

Gostar é muito importante, pode-se até gostar o bastante, mas nunca tão determinante quando se trata de amar.

Posso gostar de comer, também gostar de viver, de dançar, de ler e de cantar; de passear sob as árvores, de fazer serestas ao luar.

No entanto, é muito diferente, aquilo que a gente sente, quando navega no amar; amar é como um vento quente rompendo o inverno polar.

Não se ama a casa onde mora, nem mesmo a fruta mais doce; dessas coisas a gente gosta, é o dizer mais direito

Gosto muito de graviola, em suco ou mesmo sorvete. Gosto das minhas músicas, dos livros que orientam minha estrada.

Amar reservo pras gentes, gente que convive com a gente, mesmo com a vida findada. Mas amar de modo mais quente – é só prá mulher amada.

De outra forma não vale. É malbaratar sentimento, pois quem pensa amar qualquer coisa, do amar não pegou o jeito.

Não sabe bem o que sente; pensa ser amor a amizade, ou age como inconseqüente, agindo instintivamente.

E assim vão passando os anos, pedindo um amor que não sabe quando chegar receber, pois só ama de fancaria, sem nada comprometer.

Ainda falam de boca cheia, “não tenho sorte no amor”, como se amar fosse um jogo prá se ganhar ou perder.

Existe na minha terra, um ditado bem aplicado; diz respeito ao que fazemos, e aquilo que nos é dado, em tudo que acontece

Ao se dizer de alguém que labuta sem bons frutos colher, como se sorte não desse – “A aranha vive daquilo que tece”.

Pergunto pro meus botões, falando assim entredentes: “Quando será que essa gente entenderá que o amor só chega prá quem merece...

... e nunca aleatoriamente”?

Muitos vêem o amor como um jogo, confundindo, infantilmente, os seus desejos pessoais com aquilo que tem capacidade de vivenciar. Ama quem já possui o amor dentro de si, quem nasce preparado para amar e que se prepara durante toda sua vida prá viver o amor – chegue ele quando chegar.

Vale do Paraíba, tarde da segunda Quinta-Feira de Junho d 2009.

João Bosco (Aprendiz de poeta)

Aprendiz de Poeta
Enviado por Aprendiz de Poeta em 17/11/2009
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