Cidades aladas...
As estrelas vão ficar apagadas, hoje à noite...
A Lua fina e sorridente brinca no céu escondido atrás das nuvens cinzas... Chove fino...
Andei pelas calçadas.... Perdi-me em pensamentos... Fiz do pulso, um novo começo.
Cidades aladas... Fiz de cada uma, um rio sem muralhas...
Lancei-me em véus vermelhos... Pratas... Algumas medalhas ao longo do quadril... Dancei para mim...
Olhei, no espelho, a face em tom acobreado... Algumas contas a deslizarem pelo rosto... Envolvidas nos cabelos...
Quentes movimentos... Olhos delineados em preto... Prata a saborear as pálpebras... Chocolate, nos lábios encantados...
Desço ao chão, num ritmo solto... Volvo as costas em arco... Sou o espetáculo.
Para mim... Para o ventre ensolarado...
O lançar as mãos... Colher-te em mina d'água... És a minha mina d'água.
A pulsação aumenta... Corro em volta de um destino...
Vejo o respirar em breves notas... Rotas...
Cego morcego... Aflita, agito...
A chuva fina ainda cai... Enrola-se aos meus passos... Enxugo as lágrimas...
Viro mito... Teu abrigo...
16:31