Rebelião Íntima
Vozes austeras gritam dentro de mim,
Vociferam horrores de lado a lado;
Por isso sinto-me acabrunhado,
Perdido entre as rosas murchas de um jardim!
A gritaria tem o dom de abalar-me o peito,
Sufoca-me a algazarra desse festival;
Minha agonia transcende num tom imperfeito,
Dilacerando sensações num ímpeto infernal!
Meu ego luta contra efeitos daninhos
Que possam tornar-me o íntimo indiferente...
Busca ansioso um feixe de carinho
Para que eu possa ressurgir das cinzas e amar novamente!
No auge da batalha meu âmago responde,
Gritos nocivos são diluídos por sintomas de amor...
Sentimentos encarapuçados e sem nome
Desaparecem de um cenário onde antes reinava a dor!
As rosas murchas do jardim voltam a sorrir
E são fecundadas em meu íntimo com emoção...
O horizonte de um exuberante porvir
É a centelha infinita que transfigura meu coração!