Imortalidade
Imortalidade
Do alto do penhasco, observa o feiticeiro
Lá embaixo no vale, em bodas de felicidade
Um casal camponês, num amor verdadeiro
E intenta corrompê-lo o cultor da maldade
Pelas artes da alquimia, há séculos procura
Nas noites densas, uma resposta a contento
Que lhe dê sentido à vida além da amargura
De expiar dia e noite seu sem fim tormento
Pois, por mais que perdure, não vislumbra
Nas glebas, nos bosques, aqui, algures
Como a Lua cheia a aclarar a penumbra
Um fio de razão em seus eternos andares
Lança anátemas perversos sobre o par
A fim de o voo das andorinhas conspurcar
Mas, que sortilégio deveras malsucedido!
Em vez de fenecer, o bem saiu fortalecido
Finalmente, em seu odioso périplo secular
Eis que o bruxo se queda a apenas admirar:
Tão imortal quanto a onda a varrer o mar
É o inquebrantável elo de quem soube amar