A Vidente

E lá vem ela descendo o morro,

Pensa nele, ele não ligou.

O que teria acontecido? – pensou

Poderia ter sido seqüestrado por alienígenas, ela chega a ver a nave espacial pousando em sua cabeça.

Poderia ter sido seqüestrado, estaria prezo em um lugar fétido, cheio de ratos tomando croquis na cabeça, coitado

Poderia estar dormindo, supondo que nele tenha batido uma canseira fenomenal, e ele dorme há dois dias e duas noites e não consegue acordar, isso poderia ter acontecido se tivesse entrado em coma alcoólico

Então ela começa a se preocupar com ele, poderia ter ocorrido algo grave, decidi ligar então, mas ninguém atende

Ela acha estranho e se pergunta: Será que ele não quer me atender?

Em seguida volta a seus devaneios.

É provável que não queira mais falar comigo

Talvez esteja com medo de mim

Pode ter levado a mal algo que eu disse

Ou talvez tenha arrumado outra pessoa e nossa amizade foi por água a baixo, por que os homens quando arrumam namorada esquecem as amigas

Ou ele tenha apenas me usado enquanto estava carente e sem ninguém

Como se sente melhor não precisa mais de mim

A essa altura a garota já desceu o morro, subiu no ônibus e chegou ao seu destino

Sentindo uma dor no coração ela olha para o céu, olha para as arvores e finalmente percebe que chegou ao seu destino

Ela pergunta a si mesmo por que sente dor, afinal nada aconteceu

Então percebe que não sabe

Até agora tudo aconteceu apenas dentro de sua mente

Ela ri

Percebi quanto tempo perdeu tentando ser vidente

Vidente dos sentimentos dos outros

Perdeu toda a beleza de seu caminho apenas pensando

Pensando em algo que não controla

Em algo impossível de adivinhar

Perdeu o céu, as arvores e o cheiro das flores

Perdeu o momento presente

Ela respira fundo, olha para a natureza

Senti a paz, senti a si mesma

E pensa: Como é bom estar de volta!

Sabrina Ferreira
Enviado por Sabrina Ferreira em 16/11/2009
Código do texto: T1926778
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