O amor que senti

Não pude tocá-lo... E minhas mãos enternecidas,

Clamavam teu corpo, num gesto de súplica,

Chamei teu nome, como quem tem sede,

Como quem tem fome e não pude tê-lo.

Mas teus olhos viram a nudez de minha vida sem sua vida,

E teus lábios sussurraram em meus ouvidos,

“Não te entristeça comigo”.

Seu sorriso triste dizia-me, que ia embora,

E meu coração que não voltarias,

Eu vi tua face descoberta,

Mas viste em mim, tamanha agonia.

Como não entristecer!

Se como as corças anseiam pelas águas,

Eu precisava de você! Se como o mar impetuoso,

Ansioso pelos rios, eu ansiava de você.

Recebi seu adeus como um punhal cravando no peito,

E sem bálsamo de cura fiquei,

Como um peixe fora d’água, comecei a morrer,

E fui morrendo sem você.

A força desse amor que senti,

Não pôde me conter, e pouco a pouco,

Eu me diluí.