Meu amor, porque silenciar.
Meu amor, quando clama a sinfonia,
nas quentes tardes primaveris,
é das sabiás, o canto ao final do dia,
é das almas saudosas estes perfis!
Vem dos vapores das verdes capoeiras,
o cheiro que arrasta o Dezembro,
na memória belas e vivas cachoeiras,
o tempo? Não, o tempo eu não lembro!
Menino eu sei que na vida era...
Meu amor, quando me olhares nestes dias,
não verás a lágrima pela primavera,
e do que dela resta, simples alegoria!
É que o canto ritmado da coleira,
sabiá, que testemunhou a minha geração,
vem meu amor, em utopia sobre a esteira,
em saudade mesquinha ao meu coração!
E assim nestas tardes meu amor,
as vezes eu penso, não queria passar,
em quantos dezembros faltou uma flor,
cantos, sorrisos, natais a silenciar...
xxeasxx