A CONDENAÇÃO DO AMOR

Sinto o que presumo: a chuva não resolve minha estiagem;

Para devolver o verde dessa paisagem, só um inverno rigoroso;

Quisera esse planalto rochoso tornar-se aplainada paragem;

Facilitando a viagem de um destino amoroso!

A crueldade dessa gélida ventania não pode abrandar tanta fervura;

Lavas de ternura vão devastando o que encontram pela frente;

O amor é quente e seus vapores asfixiam toda amargura;

A solidão que lhe tortura é como um cataclismo insurgente!

O sol perde seu trono quando comparado ao meu anoitecer;

Já não consegue me aquecer e nem promove um advento renovado;

É um navio estacionado, um sangramento estancado do viver;

Brilhar pra ele é te ver, porque teu beijo lhe restaura o reinado!

Pior de tudo é ser o melhor de um grande nada;

A chama está gelada e as labaredas vão nevando pura alucinação;

Imagens da solidão que dá a tudo as formas de minha amada;

Como se fora eterna estrada de um condenado coração!

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Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 16/11/2009
Reeditado em 29/11/2009
Código do texto: T1926230
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