Para sempre

Não é um clamor,

Nem um grito de adeus,

Nem, tão pouco, um desabafo.

São apenas conjuntos de vocábulos

Transferidos ao papel;

Um desejo ardente de entendimento,

De crença em tudo o que disponho,

Talvez um desalinho errôneo,

Mas é a forma que encontro de diálogo.

Se for impuro faltou-me a percepção.

Se existo na fraqueza, fui humano.

Tocou-se indevidamente meu semelhante,

Ferindo-o fui alheio aos meus deveres e conceitos.

Se for injusto, a Deus peço perdão.

Se amado fui, sem perceber, não houve dolo.

Se nada consegui e nada fui,

Entrego-me ao descaso de todos.

E se, também, não fui quem esperavas que eu fosse,

Lamento, apenas lamento...

Pois te amo, mesmo não estando mais aqui.

Se eu partir entenda e saiba

Que levei teu nome em minha boca e

Tua presença em meu corpo.