Abandono
Ivan Melo / Marvell Resende
Sofro, que importa?
E a tela em que vivo é natureza morta.
Sinto n'alma angústia sufocante
E o querer-te aflora num instante.
Desejar-te ainda, é o bem mais caro...
Tonto de amor, enxergo-te num jarro!
Qual flor regada com pingos de esperança,
Amada-amante, perdida na lembrança!
Saudades de momentos inesquecíveis e sensuais,
Horas de ter-te e dar-te, que temo, não voltem mais!
Onde encontrar a musa que abalou meu peito?
Se tentar revê-la é tudo que de bom tenho feito!
Talvez esteja guardada em lugar qualquer...
Onde encontrar-te amada e mulher?
Sozinho é a dor maior... Sem teu calor...
Que me deixa preso, cético... Cético no amor!
Sei que amanhã serei pó
E tudo será novo, mas sem ti, estarei só!