E certa noite, olhei para o céu e vi as estrelas a chorar…
Numa noite
De muitos copos
E fumos diversos
Na qual
Entre as brumas do que fomos
Te tentei encontrar
Notando então
Que as estrelas estavam a chorar
Porque a saudade
Por vezes é canalha
E faz-nos
Andar sobre
O fio da navalha
No periclitante equilíbrio
Entre o que sentimos
Ou que desejamos sentir
Entre um passado mascarado
De futuro
Para o qual julgamos ir
Livres
De amores
Livres de tentações
Reparando que nessa altura
Que a estrada
Estava cheia de ilusões
Preenchida
Com o amor perdido
Que sentimos
Nas lembranças agridoces
Dos momentos
Que partilhei contigo
Sendo que nessa noite
Nessa leda madrugada
Vi o futuro
E nele vislumbrei
Uma alma magoada
Restando-me pois então
Mudar de estrada
Para outra
Na qual
Não me serias nada
A decisão mais onerosa
Que tive de tomar
Renunciando ao tesouro perdido que eras
Vendo
Nessa noite as estrelas a chorar…