A MENINA DA MINHA PAIXÃO.... AH!

FUMAÇA!

Da droga que alucina;

Do escapamento do caminhão,

Que assassina;

Das chaminés das fábricas, que

Aniquilam o Ser antes de nascer;

Da irresponsabilidade dos cigarros,

Que se fuma sem querer.

A fumaça da paixão, que turva o Pensamento,

concentra e desconcentra, perturba e acalenta...

A ilusão é bela, só me basta fechar os olhos...

A porta se abre,

A sua nudez me encontra,

No vapor do chuveiro,

Nem sei por que tanta surpresa?...

Pois, me tens diante de ti,

E é teu olhar quem me desnuda,

perscruta-me os segredos

investiga-me a alma...

Teu olhar demonstrava,

Antes da porta se abrir

Afirmava, garantia...

Despia-me toda

Descobria os meus segredos,

Deitava ao chão os meus véus...”·”.

Ao abrir-se da porta...,

Só existia a fumaça entre mim e você...

Nua.

Não a nudez que incomoda,

que amedronta, que expõe...

Mas uma nudez tranqüila,

um estar à vontade,

um estar leve.

Os véus são agora inúteis.

Não há nada a cobrir...

Há uma alma despida.

Ao mesmo tempo vestida,

Protegida pela fumaça, do chuveiro saída.

Eu via e não enxergava, e no momento de agonia,

abria os olhos e lá se ia a esperança,

bailando na fumaça e esvaído eu caia

da ilusão da minha vida.

Ah! como é bom cavalgar a ilusão.

É ilusão, não é?

Ou será o caminho para o "colo de Deus" ???