Esses Teus Olhos Imortais…
Reflectem
Na sua imensa
E bela cor
A paleta concisa
Dos meus precisos ideais
São a minha fé
Parte de um Destino
Nunca assumido
Mas desejado
Que verá a luz
Dos nossos dias
Quando te tiver a meu lado
De noite
Pois é de noite
Em que sinto uma estranha febre
Inexplicável Inquietação
Quando conjugo o meu adjectivo
Com a tua razão
Feita de perenidade
Feita de afectos
Por vezes sem nexo
A quem não os saiba ler
Sendo que eu tive de aprender
Essa arte milenar
Para nunca te perder
Embora me perca
Vastas vezes
Nas planícies misteriosas
Do teu vasto olhar
Onde mora o amor
Mas também
A inquietação
De não saberes
Ou de não quereres
Diversas vezes
O mesmo lugar
E como te compreendo
Como compreendo
Essa fome
Pelo que é perene
Pelo que nunca morre
Pois sofro
Do mesmo tipo
De apetite
Pelo presente inquieto
Pelos dias que virão
Onde seremos apenas uma palavra
Para definir
Dois corpos diferentes
Que se amam
Ou irão amar
Apesar das suas diferenças
Aparentes
Dado que o que nos liga
Não são aparências
Mas sim
Evidencias
De uma ternura penetrante
Que sinto quando olho para Ti
De te querer
Mais e mais
E mais…
Quando vejo
O corpo
E tacteio
A alma
Desses Teus Olhos Imortais…