Surreal

Ao fundo, águas de um rio

Espelhavam estrelas que, inutilmente,

Buscavam o brilho maior da noite.

Através da vidraça da varanda,

Luminárias, prédios e igrejas com suas alturas, brilhos e arquitetura

Tentaram... Tentaram... Mas não conseguiram ser a beleza maior.

Despidos de qualquer ornamento,

E vestidos apenas da verdade de suas essências,

Dois corpos unidos,

Encantavam o Criador com uma dança sensual,

Com rodopios miraculosos e suavidade ímpar.

De fundo musical apenas sussurros, gemidos, soluços.

Vozes roucas a derramar rosas.

Tentativa de trazer toda uma vida para dentro de uma noite.

Mãos que se buscavam numa ânsia quase desesperada por algo

Que viesse a suprir seus desejos mais verdadeiros.

Bocas a passear pelo corpo...

A encher-se...

A sugar...

A saciar-se...

Olhares que se completavam e repousavam ora em um... ora em outro...

Sorrisos de cumplicidade.

Silêncio melodioso.

Abraço de almas.

No beijo, a ternura.

No toque, a emoção.

No cheiro, a magia.

Nada que estivesse além daquela vidraça

Conseguiria ser mais vivo, belo ou surreal.

O que o oceano não separou.

Dois corpos.

Duas almas.

Um começo.

Cinthya Danielle dos Reis Leal
Enviado por Cinthya Danielle dos Reis Leal em 11/07/2006
Código do texto: T191904