Efêmero...
Nas manhãs surgem estrelas
E na noite vendavais...
Procuro segurar a água
Mas ela escorre por minhas mãos,
- A água do Amor que tudo purifica...
Tento segurar o vento,
Mas ele é tão vago,
Aparece e desaparece,
E ri...
Então eu sinto o efêmero
A ilusão
A projeção dos sonhos
Que nos possibilita ver
O invisível
Que se prende na retina
E fica ali...
E vemos como queremos ver
Possivelmente
Não como somos vistos...
Efêmero, passageiro, ilusório
É o Hoje que não temos
E pensamos em vão, ter...
Tudo é uma grande incógnita
Do vir a ser...
Penso... E não existo
Pois não pude o meu amor reter...
Sou efêmera...
Flor passageira no jardim da vida...
Há vida?... Ou há só a esperança
De um dia viver?
Ou, quem sabe,
Ou, nem isso...
Tornei-me Saudade...
O passado presente me dá a ilusão
De que estou ainda aqui...
Mas quero estar aqui
No efêmero não ser?...
- Eu só queria viver
E recuperar um pouco
De tudo o que eu perdi...
E então adormecer...
Nem mais escrever...
Ir...