Olhos cor de mel...
Quando eu acordei para a Vida
Vi diante de mim
Dois olhos cor de mel
Nos quais sucumbi, pois nem cheguei a viver,
E neles me prendi...
E me perdi...
Tive-os tão perto de minhas mãos...
Busquei-o em todas as manhãs ao acordar,
Busquei-os em todas as noites ao luar,
Mas eles foram por aí...
Aqueles olhos cor de mel, nos quais eu me prendi,
Nos quais eu mergulhei e aprendi
A nadar em águas mansas e serenas,
Deixaram-me... Sofri...
- Jamais os esqueci...
Busquei-os em outros olhos
Mas jamais vi
Aquela ternura em que me enlangueci...
E onde me prendi...
E me perdi...
Aí,
A Vida desapareceu para mim...
Muitos olhos procuraram os meus,
Mas não tinham aquela luz
Que achei ali...
Acordei para a Vida outra vez, e vi,
Olhos encantados, me chamando na distância,
Mas penso que foi sonho... Desapareceram,
Desapareci...
Hoje ainda penso nos olhos cor de mel
Nos quais eu me perdi...
E, por causa deles,
Nunca mais Vivi...