Dilusão
Toda vez que te encontro
acontece o mesmo,
as palavras se escapam
da minha garganta,
seca e trêmula,
deixando espaço apenas,
para um tímido oi.
Toda vez que te vejo vir
meu coração para,
por uns segundos,
mas recomeça a latir,
"tão forte" ,
que fico com medo que você,
acabe me ouvindo.
Cada encontro fortuito
inicia um processo ,
"maluco" ,
de desconstrução e construção,
do que sou e não sou,
quando estou
junto a ti.
E quando volto a ser
tenho a convição
de que preciso de ti,
"tanto" ,
que fico com medo que você,
quem sabe por ventura
ou por loucura,
um dia possa vir a descobrirme,
... e me aceitar
assim,
como sou,
sem pretextos
nem vantagens,
e que então,
"irremediavelmente",
eu acabe me diluindo
para sempre em ti.