Dilusão

Toda vez que te encontro

acontece o mesmo,

as palavras se escapam

da minha garganta,

seca e trêmula,

deixando espaço apenas,

para um tímido oi.

Toda vez que te vejo vir

meu coração para,

por uns segundos,

mas recomeça a latir,

"tão forte" ,

que fico com medo que você,

acabe me ouvindo.

Cada encontro fortuito

inicia um processo ,

"maluco" ,

de desconstrução e construção,

do que sou e não sou,

quando estou

junto a ti.

E quando volto a ser

tenho a convição

de que preciso de ti,

"tanto" ,

que fico com medo que você,

quem sabe por ventura

ou por loucura,

um dia possa vir a descobrirme,

... e me aceitar

assim,

como sou,

sem pretextos

nem vantagens,

e que então,

"irremediavelmente",

eu acabe me diluindo

para sempre em ti.

Daniel Dantas
Enviado por Daniel Dantas em 11/11/2009
Reeditado em 11/11/2009
Código do texto: T1917125