O QUE HOUVE ENTRE NÓS
Deu-se o beijo panorâmico dos hemisférios, o artifício mais plangente do sorrir
Essências metafóricas no interagir do peito concreto como plaga
Rasgado pela bem intencionada adaga, formando hemorragias de paixão a esvair
Guiando o instinto onde a razão não haveria de ir, eternizando a sua saga!
Deu-se hidratação epitelial por conta desses rocios aternurados
Sonhos ressurretos envenenados, fios de juras pelos pavios dos anseios
Fins inocentando os meios, apelos sem rodeios dos cumes aos estrados
Dois corpos pela cópula torturados, sagrados quando profanados por desejos!
Houve a criação do hematoma interior, imperador dos indeléveis
A fertilização das crises estéreis, a fecundação no âmago da indissolubilidade
A magia de hormonal saciedade entre ambos os fogos férteis
A explosão de ósculos projéteis, vencendo essa guerra por toda eternidade!
Houve o triunfo de um farto elenco habitando em dois amantes
Almas perfuradas por seus diamantes, porém caladas sob as rochas
O suposto, talvez imposto, silenciar das tochas – trevas atenuantes
Ardendo na luz das lembranças torturantes, negando suas fraturas expostas!
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Reinaldo Ribeiro - O Poeta do Amor
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