Quimerando Uma Utopia
Quando olho pra o teu rosto...
Teu rostinho angelical.
Sem governo aqui em meu posto
fico assim: no surreal.
Os teus olhos fascinantes...
Os teus lábios fumegantes...
Sua pele de veludo...
Suas mãos estonteantes...
Risos tais, inebriantes...
Teu falar me deixa mudo!
Tu és Nada! Tu és Tudo!...
Neste meu mundo inefável.
Como pode uma mulher
sem fazer o que ela quer,
transformar meu peito afável?
Teu falar tão doce e manso
faz com que eu quimere tanto...
Meu pensar perde o descanso:
Oh! Quão doce essa utopia
que me vem no dia claro;
que me vem à noite escura,
pois com ela me deparo:
Os regaços nossos dados,
ternos laços - dois amados
se afagando e dando amparo.
Fantasia em maré mansa...
Nossos toques são sutis.
Como tu és flor de nis
meu espírito se amansa.
Como o teu beijo balança...
(Mesmo sendo uma utopia)
É que eu fui feliz um dia
ao beijar um grande amor,
mas agora eu tenho a dor,
pois deixei de ser criança.
... Vão-se as luzes e os ruídos...
E nós dois ficamos sós
curiando cada curva
existente aqui em nós,
carinhando sem remosrsos,
sem gemidos e sem voz.
De repente o fogo acende...
Vem o círio da paixão
que se empossa em nosso peito
e nos faz perder razão.
Pula forte o coração...
Ó meu anjo louro e belo!
Por que puxo o meu cabelo
sem ver minha posição?
Ébrio, louco, desvairado...
(Isso digo para mim)
Um culpar perene e justo:
Não resisto ao Serafim!
Mas um dia digo assim:
com vergonha em meu rosto,
com meus pulsos estourando,
por sentir tamanho gosto,
coração batendo forte
por temer que a vilã Morte
seja um "não" de seu desdém:
Sejas minha e diga amém
quando o véu negro da noite
não quiser fazer-nos bem.
Olhe dentro dos meus olhos
com minúcia, então, confira:
eu falei muita utopia,
mas quem sabe n' algum dia
tu me venhas co' alegria
me dizer: - Não é mentira.
09/11/2009 12h25