Eternidade

Eternidade

Posso eu contar-te um mistério que vai em meu coração

E ainda assim me deixar secreto

Posso eu mostrar-me do avesso

E ainda assim permanecer oculto

Eu que com a tua candura me ponho em lençóis limpos

Eu que com a tua paisagem me fisgo em amores

Quero eu banhar-te em alegria e fazer-lhe um poema

Permitir que o sonho nos beije e nos enleve

Estou eu em termos sinceros a querer-lhe a alma e boca

O visto e o dado

Posso eu ouvir-te em pranto

Gasto eu a minha lapela contigo

Assim sentindo o leve acariciar de suas loiras madeixas

Tocando o espírito deste que te adora

Quero eu te abraçar em demasia

Perto de ti sou eu um enternecedor meio casto

Almofada de cetim e cheiro de espera

Pedra em tez nobre

Posso eu roubar-te a concórdia

E espirar o teu grito

Desmanchar tuas cerejas

E cortejar os teus mimos, abordar o teu instinto

Mas quererá o meu coração deixar-te em paz

Para que floresça a saudade

Ambientando o amor

Que carece da eternidade.

Rafael Santiago
Enviado por Rafael Santiago em 09/11/2009
Reeditado em 28/10/2010
Código do texto: T1914183