Cores
Se eu pudesse transpor,
Romper nossos limites,
As fronteiras que circundavam,
Fazendo territórios estranhos,
Ocupados por gente, também estranhas.
Ah, se eu soubesse o caminho,
Oculto nas poeiras poluentes,
Nas águas que rolam vertentes,
Limitando cada passo.
Se eu conseguisse entender,
Ler as plaquetas que sinalizam,
As luzes que cintilam,
Haveria de caminhar ao ponto azul,
Para única luz que brilha no céu.
Meus errantes versos,
Descansariam em seus olhos,
Enquanto desconexo, bebendo suas palavras,
Estaria embriagado,
Proclamando aos quatro cantos,
Com a lágrima morrendo na boca,
Que fui vida por um só instante,
Sem dormitar pude sonhar,
Debruçado ao papel manchado,
No azul dos seus olhos,
Nas cores do meu sonho.