AMOR de CÃO

Nas casas abandonadas faço estremecer tua alma

pela virulência do amor de cão que embrenho

no luar das tuas carnes

Quem segue na estrada

recolhe a sombra debaixo da árvore

que é sempre noite

Como uma pedra

eu faço parte da cólera,

a Rainha vem num cavalo

docemente selvagem

a nudez dá sentido à aurora

e o caminhão leva meus ossos até a guerra,

quando a Terra se alinhar ao Sol

apareço, enfim, gargalhando cópulas

ao longo da tua pele

que inspira rouxinolices

aos anjos que circulam

disfarçados de humildades

A capa branca do bruxo rasga

e o sexo uivando rupturas

mostra minha cara libertina

te caçando - fêmea estendida

pela seda, sonho das pétalas,

quando estarei livre do tempo

e da obrigação de atirar estrelas

ao céu passante? Molhado da tua égua

engendro liberdades, e a carne ilumina o sonho