Covardia

Ninguém poderá conter o grito,

sufocado, vindo das poeiras cósmicas,

tocando em reflexos das estrelas,

perdido talvez, concreto pela verdade.

Esta verdade que alimenta,

doa as mentiras que tenho

o néctar para sobreviver.

Hei de gritar, profanar todos os silêncios,

seu nome há de invadir as almas,

não em legendas.

Em teletipos espaciais,

humilhando os jornais

lidos serão todos os poemas,

despindo meus segredos.

A invalidez imorredoura,

que subjuga as vontades,

rebate os anseios quando o peito arde.

Sou proscrito, exilado,

foragido das contestações,

acovardando-me as lutas.

Segue calado trecho de poema,

diga a ela um dia...breve,

que morri de medo

sem ao menos arregaçar as mangas,

enfrentar o mar azul, frente a frente

fosse para cair humilhado de amor

mas, antes tocar os pés dela

douro de areia que escalda meu interior.