O Julgamento

Teu mundo me deprime,

renego os reflexos da morte que vejo em ti,

teu sonho, o medo levou com a alma que vendeste

e hoje choras a dor do ser ausente que te transformaste.

Hoje quero a cruz onde pregaste o sol na tentativa de dar fim à vida,

esquartejaste o corpo santo pronunciando a sentença que está por vir,

negaste todo princípio, pecaste contra tua própria origem,

feito barro, esnobaste o criador na soberba com a qual te ungiste

desfizeste do "tu", encerraste teu "eu" nas antigas masmorras que acorrentam o sentir

e sem perceber, tomaste por teu o julgo do homem que tu mesmo feriste.

Profanaste os altares onde teu deus não mora e jamais habitará,

és só na espécie que escolheste, sem bando ou tribo

segue o caminho escondendo-te das sombras que tu mesmo criaste

ao ferir o sol nos olhos daqueles que de ti aproximavam,

longe da vida, carregas a morte como sina entre os rebanhos tocados em crivo.

És o joio fazendo-te trigo nas sombras onde por abrigo tomaste

do alimento que te será cobrado por justiça e sobriedade,

verás teus passos no fogo que arde sem cessar reclamando os nomes que julgaste

e com teu próprio sangue pagarás a dívida contraída ao negar a luz que não se pode apagar.

02/06/2006

Aisha
Enviado por Aisha em 10/07/2006
Código do texto: T191171