NOITE VAZIA
NOITE VAZIA
Escorre os olhos
Sobre a noite vazia
Maquinando a mente sedenta
As tantas agonias
Meu encanto não escolhe canto
Atua se perde feita alegria
Minha noite vazia.
Não a segredos nesse imenso tédio
Não a segredos nessa imensa monotonia
Reciclam-se os gritos
Vozes loucas e roucas me perseguem
Balbuciam me vigiam
Paredes se fecham
Enquanto algo em mim retorna
Pouco se sabe dessas horas mortas
Que nascem os homens nocivos.
PELE REPELE
Aperta
Esfrega
Com fúria
Ternura
Me cansa
Não sossega.
Aperta
Comprime
Teu braço
Mais raso
Profundo
A pele é o mundo
Um vicio
Esquisito
Te suplico
Mais profundo
Me ilude
Desgraçada
Mente satânica
Mulher amada
Me expulsa desse hospício
De carne
De imagem
Estou louco
Nada sabes
Na pele rebate
A fúria que cabe
Dos corpos que se repelem.
CORTE LENTO
Nada profundo
Somente o mundo
Cortado de dentro pra fora
O que já passou da hora.
Jorra mais lento
Talhado com excrementos
Corta, mas a corte lento.
Enquanto vivo
Alguns tentam
Corta profundo
Mais profundo
Que nossos mundos
Mais venoso que o medo
Mas explicito que teu segredo
Corta, mas a corte lento.