NOITE VAZIA

NOITE VAZIA

Escorre os olhos

Sobre a noite vazia

Maquinando a mente sedenta

As tantas agonias

Meu encanto não escolhe canto

Atua se perde feita alegria

Minha noite vazia.

Não a segredos nesse imenso tédio

Não a segredos nessa imensa monotonia

Reciclam-se os gritos

Vozes loucas e roucas me perseguem

Balbuciam me vigiam

Paredes se fecham

Enquanto algo em mim retorna

Pouco se sabe dessas horas mortas

Que nascem os homens nocivos.

PELE REPELE

Aperta

Esfrega

Com fúria

Ternura

Me cansa

Não sossega.

Aperta

Comprime

Teu braço

Mais raso

Profundo

A pele é o mundo

Um vicio

Esquisito

Te suplico

Mais profundo

Me ilude

Desgraçada

Mente satânica

Mulher amada

Me expulsa desse hospício

De carne

De imagem

Estou louco

Nada sabes

Na pele rebate

A fúria que cabe

Dos corpos que se repelem.

CORTE LENTO

Nada profundo

Somente o mundo

Cortado de dentro pra fora

O que já passou da hora.

Jorra mais lento

Talhado com excrementos

Corta, mas a corte lento.

Enquanto vivo

Alguns tentam

Corta profundo

Mais profundo

Que nossos mundos

Mais venoso que o medo

Mas explicito que teu segredo

Corta, mas a corte lento.

Marcos Marcelo Lírio
Enviado por Marcos Marcelo Lírio em 08/11/2009
Código do texto: T1911602