Desejos infinitos
Oh madrugada em que o orvalho se derrama
Pelos verdes prados e vira terna geada
De fragores!... Corpos despidos sobre a grama
Mergulhados no ardor de uma aprazível toada...
Nos olhares satisfeitos – corpos desfeitos
Num tórrido deleite... Com olhar atônito
Percorro teu corpo de contornos perfeitos,
Pródiga paixão revelada num tácito
Leito de virgens segredos... Louco desejo!...
Pudor... Moral... Medo... Embebidos de prazer
Quem viveu preso no amargor do vazio pejo,
Abra-te flor para a vida! Deixa florescer
Tua formosa révora! Não tenha desdouro
De amar... De se entregar... Vem e abre tuas pétalas!
Quero compreender o incompreensível tesouro
De teus fragores virginais que no ar exalas
No vibrante corpo clamando por carícias,
Pele arrepiada nos toques, sussurros, gritos...
Prazer vertido em suor de ternas malícias
No olhar desejos picantes! Loucos! Infinitos!...