O que faz um Coração
O que faz um coração
Coração! Ainda vives?
Ainda te encontras em algum lugar
Aqui dentro de mim?
Ou partistes,
Assim como a esperança?
Afinal, já não sei o que é confiança,
Já não posso mensurar a minha dor,
Pois meu coração vadio,
Com seus pensamentos, vagos e frios,
Intimida-se com o amor.
Aliás, que amor?
Amor é isso, desespero, insanidade?
É esse que quer me ver destruído?
Que me explora sem piedade,
Instiga-me contra a felicidade?
Afinal... Em quantos pedaços pode dividir-se um coração?
Já nem sei se posso senti-lo...
Já nem sei de onde tiro forças para falar,
Ou mesmo para me reerguer.
Sei, que seria fácil culpar a ti, oh infame!
E livrar a minha cara de tapas merecidos.
Eu e meus pensamentos desvarios...
E também tu,
Coração altaneiro,
Bem disseram-me, és traiçoeiro!
Por que, coração, essa mania de se envolver?
Suas redundâncias de atos irreversíveis!
Sua alegria falsa que me engana,
Seus méritos imerecidos,
Teus planos pra me dizer que ama.
E fui... Confiante!
Deixei tudo para traz e acreditei...
Que ao menos uma vez tinhas razão...
Mas...
NÃO!
Esse “tal alguém” enganou-me com seus falsos encantos,
Deixou-me inebriado, atormentado por sentimentos vãos.
Calou-me com aquele sentimento ambíguo,
Mas me deu um sentido.
Posso ver-lhe como um agente de quem só quer o mal,
Com suas armadilhas destrutivas para me fazer transigir,
Seu ar de impunidade, sua falsidade sem igual.
Não mais acreditarei em ti,
Nem ousarei relembrar teu nome.
Com divagações meu coração se restabelece
E com dignidade, amarei quem me merece!
Se meus princípios se tornam elevadíssimos a teus costumes,
Desista; pois ao menos tenho convicções...
E a partir de agora, farás parte de meus dois corações...
Um que te esquecerá...
E o outro, que pra sempre, te odiará!
Autor: Alex Dias