Passageiros de um tempo real
Meu pequeno mundo se escandaliza,
Fome, miséria, gente sem teto,
egoísmo, veículo dileto,
e no dorso pela passarela,
incorporo entre tantos... esqueço!
Vivo meus problemas,
crio estórias, dramas,
encubro meu semelhante nas mantas,
não tantas Divinais,
resguardo-as nas lixeiras da vida.
E somos humanos... falsos?
Ah, Deus onde encontrar o princípio do mundo?
Onde achar perplexa a alma,
aquele que possua o dom,
os propósitos dignos da equiparação?
Sei que sou incoerente, confuso,
quando rebusco vocábulos,
jogando-os nas tramas prosaicas,
às vezes dizendo o que não sou,
ou sendo o que não pareço.
Quisera parar o tempo
dar vida à vida
continuidade ao amor
ao abraço que ficou no ar,
ao beijo que morreu sem uma só boca.
Quisera ser e ter para lhe falar,
negando a todos
sem negar que amo
neste egoísmo febril que afoga o mundo,
matando minuto a minuto este espaço,
chamado vida.