Lua
Ao amanhecer o mundo se expande
Ao anoitecer se estreita e em sonho
Neste teu olhar patético me deito.
Em oração me silencio, ouço na imensidão
O eco de tua voz, que de nós se esqueceu
Por um instante neste prélio atroz versus o errante.
Sem o teu brilho o que será de nós, pobres
Sofredores, amantes das flores, filhos
Das águas olhando para o infinito quais os girassóis.
E nesta paixão ardente, pela vida demente,
Loucura sem fim, se tu não vens clarear
O mundo, pergunto: oh lua, o que será de mim?