ESQUELETO de CARTOLA

As lágrimas de Jesus inundam o inferno

e o demônios fossilizados nas pedras de fogo

o sol arrasta a cabeça degolada cheia de cobras

do anjo repugnante respingando o deserto

de sombras ventadas

Missas metálicas preces armagedônicas

navios nem um pouco piratas

espalhando as cinzas do vaticano

no abismo estufado pelos ossos monetários

dos canibais da infância

E eu sopro pela flauta supersônica

a fumaça dos sonhos prematuros do terror

e as formigas atravessam as areias ecoantes

carregando as varizes olímpicas

da vênus fast fubanga

A vertigem é o espelho gritado do medo

Eu vou embora, meu amor,

levo apenas o sonho,

o que em mim parece

o sorriso do cavalheiro

é o esqueleto de cartola