PURA E LOUCA

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Talvez eu seja mesmo pura e louca

Ao crer, ingenuamente, em seu amor

Pois quando se aproxima com voz rouca

Perco o juízo... Junto vai o meu pudor

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Atiro, aos seus pés, minhas madeixas

Lavando-os com tantas lágrimas insanas

Mas nem sequer escuta as minhas queixas

Eu, moça pura, tratada qual mundana...

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Talvez eu seja mesmo pura e louca

Ao viver o insano amor que me enclausura

Mas minha insanidade é breve, é pouca

Comparada ao seu desdém que me tortura

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(Lena Ferreira)