PELAS PAREDES
PELAS PAREDES.
Procuro os temíveis ouvidos,
Embutido nas entranhas das paredes...
Confidencio-lhes que passem aos meus sentidos,
Todas as coisas que ouvem,
Uso o tato,
Colo nelas as orelhas,
Às vezes até me mato,
Às vezes ficam vermelhas...
O que mais queria ouvir elas não falam,
Se calam...
Um grunhido que venha talvez,
Quero ouvir a sua voz,
Imaginar a sua alva tez.
Parece-me que ela partiu veloz,
como um albatroz...
Goiânia, 19 de AGOSTO de 2010.