AMOR PRÓPRIO
Deixo ao sono esse sonho voltar.
Adormecido na eternidade ele pode esperar.
E se assim quiser o acaso, num eterno sonhar
Docemente se perderá no ar.
Remota espera, sem tempo, sem pressa
Paradoxo de quem não pode mais ficar.
Segredo que da minha vida transpira
Assim não sofro saudades
Nem me desespero em ansiedades.
Pois livre e isenta de anseios
Só os sonhos aspira a minh’alma.
E posso abrir-me para novas realidades
A do cotidiano.
Sem desejo e sem medo...
Sem pertencer, sem ser dona de nada!
Enquanto eu mesma me espero
Reinventar com novas cores de independência,
Finas texturas de auto estima,
Com a densidade da liberdade!
É certo, logo chego a mim.
Não mais correr atrás,
Nada mais grito e fome...
Com essa dor deixo que minhas asas se desprendam
E ao inusitado me entrego - o ar!
Assim me deixo encontrar, livre.
Irmã da Águia renovada
Pronta pra voar!
Vila Velha/ES - 05/11/2009