BAILE DE GALA
então, adentro o Camarim dELA, bem janota, com uma flor na lapela...
ELA me olha, carinhosa, me fala: 'Muda o traje prá um Baile de Gala'...
ELA se veste de Semíramis; e por isso, eu, me fantasio é de Aramis...
'Não!', diz-me ELA, 'esse não!'; rápido mudo prum uniforme de gascão...
ELA fica pálida de furor(!?): 'Alas, mon Cher, estás que é um horror!'...
olho-A, e, mudo de idéia; visto-me qual um hussardo russo da Criméia...
'Não quero um soldado por acompanhante!'; eu me dispo num instante...
ELA aponta o guarda-roupa, enorme: 'Escolha, mas nada de uniforme!'...
prá lá de sedutora, me olha bem de perto; será que desta vez acerto?...
olho a fileira de trajes, infinita; e se me fantasiar de Sansão, o danita?...
'se achas que mudarei prá Dalila, ledo engano!; isto seria bem insano!'...
ELA me observa, nos meus trajes de Adão; vejo no Seu olhar o Clarão...
ELA veste-se, agora, tal qual Eva; e, numa Paixão, ao Paraíso me leva...
Moacir et Selena 2006
brilhe a vossa LUZ!
a quem pôs o nome de Sansão
(Juízes 13:24)
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dedicado aos Poetas do Recanto das Letras, em particular ao Cacaubaia, parnasiano