TEU AMOR POR ONDAS

Dia é ferro, cristal, alma nobre

Noite é prata, rubi, acalanto...

Percebo-me inverso ao porvir

Do que deveras era às sombras

Quando temente orava aos santos

Clamando teu amor por ondas

Quero e não quero ir...

E sei que é estranho!

É um completo ruir

Deste gostar desmaranho...

Mas... Juntos ainda estamos!

Compreenderias este sentir

Sem caíres em prantos?

Viver é só marca de giz...

Vem... Dá-me a trépida mão

Tudo, tudo é por um triz

Nesta caótica fábrica de ilusão!

Ignora o querer ser feliz

E emborca comigo ao turbilhão...

Tu também és aprendiz!

E amanhã, de manhã,

Dentre ébrios lençóis servis,

A gente reinventa este engodo

Arremete, refaz ou desdiz!