LUSCO FUSCO

Nem dia nem noite

Apenas um limite

Entre o claro e o escuro

Entre a rua e o muro

Nem no dia nem na noite

Escapo do açoite

São desejos obscuros

Por trás destes muros

Nem o sol nem a lua

Podem iluminar a minha rua

Não vejo nenhuma cor

Nem beijos somente a dor

É luz que ilumina

É luz que cega

É luz que caminha

É luz que nega

É um cinza emaranhado

Tão calmo e tão brusco

Um invisível condenado

Esse eterno lusco fusco

Me sinto tão incapaz

Dentro desse cinza injusto

Nada parece servir mais

Nesse fatal lusco fusco

Luiz Noscente
Enviado por Luiz Noscente em 04/11/2009
Código do texto: T1905201
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